Diversas doenças podem afetar a pele, que é o maior órgão do nosso corpo. Uma delas é a dermatite seborreica. Essa inflamação crônica acomete pessoas de diferentes idades e é responsável por causar descamação e vermelhidão em áreas que apresentam grande número de glândulas sebáceas, como o couro cabeludo, face (principalmente sobrancelhas e cantos do nariz), tórax e orelhas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 40% de toda a população já teve problemas relacionados à dermatite seborreica, apresentando picos esporádicos da doença.
O que é a dermatite seborreica?
Também conhecida como sebopsoríase ou eczema seborreico, a dermatite seborreica é uma doença cutânea de carácter crônico. Ocorre com maior frequência em bebês, nos primeiros três meses de vida, sendo chamada, nessa fase, de crosta láctea. Nos pequenos, trata-se de uma forma inofensiva e temporária da condição que costuma ocorrer até o sexto ou oitavo mês de vida. Nos adultos entre 30 e 70 anos de idade, afeta 50% das pessoas dessa faixa etária. Em ambos os casos, essa inflamação não é contagiosa e não traz riscos à saúde.
A dermatite seborreica surge com mais frequência em áreas onde a pele normalmente é mais oleosa, como o couro cabeludo, face, ao redor das orelhas, tórax e, ocasionalmente, pode afetar outras partes do corpo.
Sintomas da dermatite seborreica
Os sintomas variam de acordo com os estágios da doença, porém, os mais comuns são:
- Inflamações e manchas vermelhas descamativas na pele;
- Escamas amarelas gordurosas, que ardem;
- Escamas brancas, que descamam (caspa);
- Coceira, que pode piorar caso a área seja infectada por ser “cutucada”;
- Possível perda de cabelo.
Em casos graves, nódulos escamosos, amarelados ou avermelhados, podem surgir.
Os sintomas costumam aparecer gradualmente, provocando coceira, com períodos de melhora e piora.
Já em bebês, o couro cabeludo apresenta certa vermelhidão, coceira e escamação espessa amarelada ou marrom.
Causas da dermatite seborreica
A ocorrência da dermatite seborreica não é totalmente conhecida, podendo ter origem genética ou ser desencadeada por agentes externos, como alergias, alterações hormonais, situações de fadiga ou estresse emocional, uso de álcool, climas extremos, excesso de oleosidade e uso de certos medicamentos. A doença também pode ser causada pelo fungo Pityrosporum ovale.
Condições neurológicas, como traumatismo craniano, doença de Parkinson e acidentes vasculares também podem ser associados com a dermatite seborreica. O HIV (vírus da imunodeficiência humana) também tem sido associado ao aumento dos casos da doença.
Nos recém-nascidos, a dermatite seborreica, chamada de crosta láctea, não tem causa definida, mas está associada à secreção de alguns hormônios da mãe que estimulam as glândulas sebáceas do bebê.
Diagnóstico da dermatite seborreica
Essa inflamação tem seu diagnóstico feito por médicos especialistas em dermatologia, que usam o local e a aparência da pele afetada como base. Em alguns casos, exames clínicos, como o micológico, teste de contato e biópsia, podem ser necessários.
Tratamento da dermatite seborreica
Os principais tratamentos indicados para a dermatite seborreica incluem o uso de xampus formulados especialmente para remoção das escamas da pele e que agem para impedir que elas voltem a se formar. Geralmente, esses produtos contêm em sua formulação ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos.
A dermatite seborreica também pode ser tratada com medicações que contêm corticosteroide e que são usadas no couro cabeludo e em outras áreas do corpo. Para uso na face, os corticosteroides devem ser administrados com atenção, em forma de creme, pois seu uso em longo prazo pode reduzir a espessura da pele e causar outros efeitos.
Medicações orais podem ser indicadas no tratamento da dermatite seborreica de longo prazo e quando antifúngicos não são eficazes.
Os cuidados, em sua maioria, são de uso tópico, conforme a indicação de um dermatologista. Outros tratamentos mais específicos variam conforme a localização das lesões e intensidade dos sintomas
Prevenção da dermatite seborreica
Por não se conhecer totalmente a origem dessa inflamação, não há uma forma de prevenir o desenvolvimento ou aparecimento da dermatite seborreica, porém alguns cuidados especiais podem ser adotados, como:
- Não tomar banhos quentes;
- Usar roupas que não retenham suor (tecidos sintéticos são contraindicados para pessoas predispostas à dermatite seborreica);
- Enxugar-se bem antes de se vestir;
- Retirar completamente xampu e condicionador ao lavar a cabeça;
- Alterar hábitos alimentares, optando por uma alimentação mais saudável;
- Controlar o estresse físico, mental e a ansiedade;
- Eliminar hábitos como tabagismo e consumo de álcool.
Em recém-nascidos, a prevenção pode ser feita por meio da troca frequente das fraldas, além de evitar lavar a cabeça do bebê diariamente.
A dermatite seborerica é uma doença crônica que pode ser bem gerida com o tratamento correto. Muitas vezes, a pessoa passa longos períodos sem apresentar crises, por isso, se consultar regularmente com um dermatologista é de extrema importância.
Para saber mais sobre essa e outras doenças, entre em contato com a Dra. Nídia Lima e agende uma consulta.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)