A mania de arrancar pelos pode se transformar em um problema dermatológico e indicar a necessidade de acompanhamento psicológico
Quando o comportamento de arrancar pelos do corpo acontece e começa a prejudicar a vida e a saúde do paciente, pode ser um alerta para a tricotilomania. Entenda a seguir sobre as causas, consequências e o tratamento dessa condição psicológica.
O que é tricotilomania?
A tricotilomania acontece quando uma pessoa tem o hábito de puxar os pelos do seu corpo de maneira incontrolável, até que isso cause problemas dermatológicos, como a interferência de crescimento do pelo, e impacte diretamente na qualidade de vida deste indivíduo.
Os pelos arrancados podem ser cabelos, cílios, pubianos, das pernas, dos braços ou até mesmo faciais. Arrancar os fios do corpo ativa no cérebro um mecanismo de recompensa, ou seja, provoca prazer, o que faz com que os movimentos fiquem cada vez mais repetitivos, até que se transforme em uma espécie de automutilação, provocando calvície ou alopecia, por exemplo.
Essa condição psicológica ainda não tem causa totalmente conhecida, mas é mais comum em pessoas com transtornos mentais – como a depressão, a ansiedade e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) – e em adultos que tiveram algum trauma na infância. Especialistas também indicam que alguns eventos estressores na vida da pessoa podem ser um gatilho para desencadear a tricotilomania.
Além de arrancar o pelo do corpo, o paciente que sofre com a tricotilomania pode também evoluir o caso para outro distúrbio, a tricofagia. Nessa situação, o paciente come os fios assim que os arranca, o que pode causar problemas intestinais a longo prazo.
Como ocorre a tricotilomania?
Os episódios de tricotilomania podem acontecer de duas maneiras: consciente ou inconsciente.
Quando acontece de maneira consciente, é comum que os pacientes sigam um ritual para selecionar quais fios serão arrancados e puxe os escolhidos com as mãos ou com algum objeto, como uma pinça. Nesse caso, o paciente escolhe alguns fios específicos, como os brancos, mais rebeldes ou grossos demais.
Mas existe também uma grande parte das pessoas que sofrem com tricotilomania que arrancam os fios de maneira automática, sem perceber que estão se automutilando. Isso pode acontecer enquanto ela realiza outras atividades, como assistir a um programa, conversas ao telefone ou mexer no celular.
É importante dizer que a tricotilomania consiste em uma mania incontrolável de arrancar pelos do corpo, por isso, o quadro pode evoluir até que sejam retiradas mechas de cabelo inteiras, por exemplo.
Quais as consequências da tricotilomania para a saúde capilar?
Os danos que a tricotilomania traz para os pacientes vão desde físicos até psicológicos. A retirada dos pelos do corpo pode fazer com que a autoestima dos pacientes seja abalada, já que é comum que a aparência seja afetada pela mania. Além disso, são várias as consequências dermatológicas para o corpo. Entre elas, podemos citar:
- Calvície;
- Lesões dermatológicas;
- Falhas na barba, na sobrancelha e nos braços;
- Falhas no couro cabeludo;
- Doenças no estômago ou intestino (quando há a ingestão dos fios);
- Infecções.
Tratamento para tricotilomania
A tricotilomania não tem cura, mas existe um tratamento multidisciplinar que ajuda o paciente a sair dessa condição.
É comum que as pessoas com tricotilomania busquem por um dermatologista para resolver as consequências da doença, como a calvície, mas que não admitam que elas mesmas arrancaram os fios. No entanto, esse profissional só conseguirá fazer parte do tratamento quando o paciente entender que tem o transtorno e buscar a ajuda também de um psicólogo (e de um psiquiatra, caso seja necessária a intervenção medicamentosa).
Já contando com o tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, o dermatologista consegue indicar os medicamentos orais e tópicos para retomar o crescimento dos fios e cobrir as falhas criadas pela tricotilomania.
É fundamental sempre buscar orientação profissional para o tratamento adequado da tricotilomania, que pode oferecer uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Para mais informações sobre essa e outras questões de Dermatologia, entre em contato e agente a sua consulta com a Dra. Nídia Lima.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Dermatologia;
Associação Brasileira de Psiquiatria.